2010-12-14




InfoARTE

A 11 de Dezembro, Manuel de Oliveira comemorou o seu 102 
aniversário aceitando o convite para recriar obras do artista Francisco de Assis.
À pergunta” O que espera deste século para o cinema? ”, responde:
 “O cinema é a síntese de todas as Artes.”



Fundação Calouste Gulbenkian 
 Campanha de recolha de instrumentos musicais que depois de devidamente restaurados são enviados para países que deles mais necessitem.



Alberto Santos
Presidente da Câmara Municipal de Penafiel escreve livro” A profecia de Istambul”.








 Mário Vargas Llosa, escritor peruano, Prémio Nobel da Literatura em 2010, escreve romances cujo ponto de partida são as imagens da memória de experiências pessoais.

2010-12-09

Info ARTE
EXPOSIÇÕES
Arte Lisboa Centro de Congressos de Lisboa
Encontra-se patente uma exposição de Arte Contemporânea com 41 expositores onde se pode respirar Arte.


 Columbano Bordalo Pinheiro
Columbano Bordalo Pinheiro expõe algumas das suas obras expostas em Museus Brasileiros e Parisienses






PUBLICAÇÕES
NÁDIR AFONSO
      A 4 de Dezembro Nadir Afonso comemora 80 anos  com a publicação de um livro,”80 anos de Nadir Afonso.
“Nadir face a face com Einstein”

Nadir significa, em hebraico, raro. No seu livro, Nadir menciona o trabalho que desenvolveu com Le Courbusier, o seu primeiro trabalho publicado em  1965, as suas obras espalhadas por Paris, Brasil.


2010-11-23

Caldas da Rainha Museu de Cerâmica

Criado oficialmente em 1983, o Museu de Cerâmica encontra-se instalado na Quinta Visconde de Sacavém, conjunto arquitectónico construído na década de 1890 pelo segundo Visconde de Sacavém, formado por um palacete romântico revivalista, rodeado de jardins de traçado romântico, com lagos, floreiras e alamedas. O conjunto apresenta profusa decoração com elementos arquitectónicos cerâmicos, nomeadamente azulejos do século XVI ao XX. As colecções são constituídas por uma síntese representativa de vários centros cerâmicos do país  e do estrangeiro, bem como por uma amostra da produção cerâmica de Caldas da Rainha, do século XVI aos nossos dias, desde as formas da considerada cerâmica arcaica, até à produção artística de autor do século XIX, destacando-se um importante núcleo da autoria de Rafael  Bordalo Pinheiro. Salientam-se núcleos de olaria, miniatura, cerâmica contemporânea de autor e azulejaria.
Caldas da Rainha  Museu de José Malhoa

O Museu de José Malhoa está instalado em adifício construído em 1940 e ampliado em 1950 e 1957.Trata-se do primeiro museu construído de raiz em Portugal, projectado pelos arquitectos Paulino Montês (1897-1962) e Eugénio Correia (1897-1985), documentando as concepções museológicas daquele período e a arquitectura modernista nacional. O museu reúne colecções de pintura, escultura, medalhística, desenho e cerâmica dos séculos XIX e XX, centradas no Academismo, Naturalismo, e Tardo-Naturalismo. Destacam-se os Núcleos de pintura de José Malhoa, de cerâmica de Rafael Bordalo Pinheiro e de estatuária de Francisco Franco e Leopoldo de Almeida.  
Retrato de José Malhoa

Bragança Museu do Abade de Baçal

Fundado em 1915, o Museu de Baçal encontra-se instalado no edifício  do antigo  Paço Episcopado de Bragança, objecto de sucessivas remodelações, a última, ainda em curso, com projecto da autoria dos arquitectos António Portugal e Manuel Reis. O acervo do Museu integra na sua origem as colecções de arqueologia e numismática do  Museu Municipal e peças do recheio do Paço Episcopal. A este fundo inicial foram-se somando dádivas de amigos e artistas, entre os quais se contam, na década de 30, as de Abel Salazar e da família Sá Vargas, nos anos 50, o legado Guerra Junqueiro e, no início de 60, o de Trindade Coelho, que enriqueceram o museu com colecções de Pintura, desenho, escultura, ourivesaria civil e mobiliário. Em 2001 foi adquirida uma importante colecção de máscaras recolhidas no terreno, a partir de uma investigação levada a cabo por Benjamim Pereira.
Braga Museu Regional de Arqueologia D. Diogo de Sousa

 As instalações definitivas deste museu, da autoria dos arquitectos Carlos Guimarães e Luís Soares Carneiro, desenvolvem-se em torno de três unidades funcionais que se articulam entre si. As colecções do museu são constituídas fundamentalmente pelo espólio resultante da investigação arqueológica que tem vindo a ser realizada na região Norte, em especial no concelho de Braga. Abrangem um período que vai do Paleolítico à Idade Média.
Braga  Museu dos Biscainhos

O museu dos Biscainhos encontra-se instalado num notável conjunto patrimonial formado pelo palácio do mesmo nome, fundado no século XII , ampliado e enriquecido no século XVIII, sendo complementado por um magnífico jardim histórico, com zona de pomar e horta. Como componente programática, o museu ilustra a vivência da sociedade nobre portuguesa, no contexto de uma casa senhorial dos séculos XVII e XVIII. O espólio do museu, maioritariamente constituído por doações de particulares, enquadra colecções de artes decorativas e núcleos de pintura e escultura.O acervo museológico, articulado com a estrutura e riqueza ornamental do conjunto, permite definir os conteúdos mais marcantes dos hábitos domésticos e sociais da época.

2010-11-17

Nobel da literatura de 2010 para Mario Vargas Llosa


O peruano Mario Vargas Llosa é o vencedor do Nobel da Literatura deste ano. O porta-voz da Academia Sueca destacou a obra de Vargas Llosa "pela sua cartografia das estruturas do poder e as suas imagens mordazes da resistência, rebelião e derrota do indivíduo".
É a primeira vez que o prémio é atribuído a um escritor peruano. Em 2009, foi vencedora a alemã Herta Müller. Nos anos anteriores, foram distinguidos o francês Jean-Marie Gustave Le Clézio (2008), a inglesa Doris Lessing (2007), o turco Orhan Pamuk (2006) e o britânico Harold Pinter (2005). O valor do prémio é de cerca de 1 milhão de euros.

Vargas Llosa, nascido no Peru em 1936, tem nacionalidade espanhola desde 1993. Além de romancista, é jornalista e crítico de arte. O seu trabalho mereceu já os prémios Principe de Asturias (1986), Planeta (1993) e Cervantes (1994). Foi candidato às eleições presidenciais de 1990, no Peru, tendo perdido para Alberto Fujimori. O escritor é também protagonista de uma polémica pessoal com o escritor Gabriel García Márquez, com quem rompeu relações há mais de 30 anos por motivos que nenhum dos dois revelou.


Vargas Llosa é autor de obras como A tia Júlia e o escrevedor, Conversa na catedral, A guerra do fim do mundo, Elogio da madrasta e o livro de memórias Como peixe na água. Para Novembro de 2010 a sua editora, a Alfaguara, prevê a publicação de um novo romance - El Sueño del Celta, uma história em torno da vida do irlandês Roger Casement, cônsul britânico no Congo Belga do início do século XX e amigo de Joseph Conrad.

Literatura de Timor-Leste:
O líder da resistência timorense, José Alexandre Gusmão, mais conhecido como Xanana Gusmão, é também o maior nome da poesia do país. Em 1973, antes mesmo da Revolução dos Cravos, Xanana Gusmão já se destacava na literatura, chegando a receber o Prêmio Revelação da Poesia Ultramarina. Contudo, foi a Guerra Civil Timorense, iniciada em 1975, que despertou em Gusmão a necessidade de expressar-se através da escrita. Entre 1977 e 1979, ele publicou dois livros: "Pátria e Revolução" (cujo título tornaria-se o lema da luta no país), e "Guerra, Temática Fundamental do Nosso Tempo", no qual ensaia todas as características das chamadas Guerras Populares, descrevendo o papel de um líder carismático na condução de seu povo.

O livro "Mar Meu", de 1998, reuniu vários poemas de Xanana escritos no período de 1994 e 1996. Os poemas de Xanana conquistaram a crítica literária em língua portuguesa, sendo que a obra do revolucionário foi bastante difundida em países como Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal. O poema "Pátria" tornou-se um verdadeiro hino da causa timorense:
Uma campanha a favor da leitura no Timor-Leste.

Pátria - Xanana Gusmão

Pátria é, pois, o sol que deu o ser

Drama, poema, tempo e o espaço,

Das gerações que passam, forte laço

E as verdades que estamos a viver.

Pátria... é sepultura... é sofrer

De quem marca, co’a vida, um novo passo.

Ao povo, uma Pátria é, num traço simples...

Independência até morrer!

Do trabalho o berço, paz, tormento,

Pátria é a vida, orgulho, a aliança

Da alegria, do amor, do sentimento.

Pátria... é tradição, passado e herança!

O som da bala é... Pátria de momento!

Pátria é do futuro a esperança!

Pátria ... é do futuro a esperança !

Xanana Gusmão é também um forte expoente da pintura timorense, tendo desenvolvido essa atividade principalmente em seu tempo de prisão. Suas telas prendem-se a retratar as paisagens de Timor, enfocando suas tradições, o jeito simples de seu povo, sua felicidade. Sua pintura mais conhecida é "Aldeia Típica de Timor".

2010-11-16

Guia dos principais museus e centros culturais portugueses

Para usufruirmos e estudarmos as artes visuais na sua plenitude, nada melhor que o contacto directo com as obras.
O guia que se segue fornece o roteiro dos principais museus e centros culturais de Portugal ( seria impossível registar, neste espaço a sua totalidade).

Amarante Museu Amadeu de Sousa Cardoso
O museu pretende manter as colecções e o espírito que precederam a sua criação.Porém, a sua vocação é a Arte Moderna e Contemporânea portuguesas, nomeadamente pintura e escultura, tendo como principais referências os pintores António Carneiro ( com os sinais do simbolismo e expressionismo) e Amadeu de Sousa Cardoso, com a sua prática de Modernidade, os ritmos de Paris e com as notícias vanguardistas europeias dos começos do século XX.

Aveiro Museu de Aveiro
Fundado em 1911, o Museu de Aveiro ocupa o edifício do antigo convento de Jesus, conservando intactos alguns espaços da anterior vivência conventual, que integram o circuito de visita do museu. O acervo do museu, com origem nos espólios do Convento de Jeses e de outras casas religiosas da cidade e do país, extintas com a legislação liberal, abrange colecções de pintura, escultura, paramentaria, azulejo, ourivesaria, mobiliário e cerâmica, com particular incidência no período barroco. Possui ainda um fundo documental dos séculos XV ao XIX.

2010-11-15

ELABORAÇÃO DE UMA FICHA TÉCNICA

Sem análise, as obras de arte permanecem" mudas" ou indecifráveis e a comunicação não se estabelece.

Para conhecermos uma obra de arte é importante obtermos uma determinada informação, que consiste na sua "FICHA TÉCNICA". Os elementos desta ficha são objectivos e recolhem-se normalmente junto da obra, sempre que esta se encontra em exposição. Devem referir-se: ao autor da obra (nome, local e data de nascimento, data da morte); ao título da obra; à data (ano) em que se realizou; às suas dimensões; à proveniência ou lugar onde se encontra actualmente (museu, colecção); à técnica utilizada; ao género. 

A TÉCNICA corresponde aos materiais e suportes utilizados.
Quanto ao GÉNERO, podemos considerar algumas das suas principais categorias:
ARTE SACRA: imagens de santos, personagens bíblicas ou episódios religiosos.
GÉNERO MITOLÓGICO: mitologia grega, romana ou de outras civilizações.
GÉNERO HISTÓRICO: obras cujo sujeito se refere a acontecimentos ou personagens históricas.
RETRATO: pode ser de carácter privado ou oficial. Este último costuma ser encomendado e pode ter um valor propagandista.
CENAS DO QUOTIDIANO: quando aparecem figuras retratadas em ambientes reais, realizando as tarefas ou cumprindo hábitos do dia-a-dia.
NATUREZA-MORTA: composição "encenada" de frutas, legumes, flores, objectos do quotidiano, instrumentos musicais, etc.
PAISAGEM: quando o conteúdo principal é a Natureza e as suas paisagens.
ALEGORIA: composição de figuras e objectos com significados simbólicos.
ABSTRACTO: composição não figurativa ou não representativa.
ARTE CONCEPTUAL: quando a ideia é mais importante do que a sua materialização.

COMPREENDER A ARTE

Os artistas são grandes comunicadores de mensagens,mas, por vezes, entender uma obra de arte não significa saber o que o artista quis dizer com ela,ou identificar apenas o que nela está representado. Muitas obras apelam aos sentimentos da pessoa que a vê: não têm, portanto, uma leitura única. Cada um reage ou é sensibilizado de forma diferente perante a mesma obra de arte. Alguns artistas recusam mesmo explicar as suas obras.

2010-11-05

S.Martinho - 11 de Novembro




MARTINHO

O SANTO DO INVERNO QUE TRAZ O VERÃO
Texto original de Maria Luísa V. de Paiva Boléo



Os Santos populares no nosso país são festejados no tempo quente de Verão: Santo António, São João e São Pedro. No Inverno há apenas um, que chega com o frio: São Martinho, que associamos à prova do vinho novo e às castanhas. Martinho nasceu no séc. IV em 316 ou 317 D.C. Terá sido baptizado, por volta do ano 339. São mais de 1600 anos de popularidade. Mas saberemos mesmo quem foi São Martinho?



DE CAVALEIRO ROMANO A APÓSTOLO DA GÁLIA

             Não podemos dizer que a vida de São Martinho «se perde na noite dos tempos», porque este santo, nascido em território do império romano - Sabaria na antiga Panónia, hoje Hungria, entre 315 e 317, foi o primeiro santo do Ocidente a ter a sua biografia escrita por um contemporâneo seu - o escritor Sulpício Severo.
Martinho era filho de um soldado do exército romano e, como mandava a tradição, filho de militar segue a vida militar, como filho de mercador é mercador e filho de pescador devia ser pescador. Martinho estudou em Pavia, para onde a família foi viver, e entrou para o exército com 15 anos, tendo chegado a cavaleiro da guarda imperial. Tinha a religião dos seus antepassados, deuses que faziam parte da mitologia dos romanos, deuses venerados no Império Romano, que, como é óbvio, variavam um pouco de região para região, dada a imensidão do Império. As Gálias teriam os seus deuses próprios, como os tinham a Germânia ou a Hispânia.
O jovem Martinho não estava insensível à religião pregada, três séculos antes, por um homem bom de Nazaré. Um dia aconteceu um facto que o marcou para toda a vida. Numa noite fria e chuvosa de Inverno, às portas de Amiens (França), Martinho, ia a cavalo, provavelmente, no ano de 338, quando viu um pobre com ar miserável e quase nu, que lhe pediu esmola e Martinho, que não levava consigo qualquer moeda, num gesto de solidariedade, cortou ao meio a sua capa (clâmide) que entregou ao mendigo para se agasalhar. Os seus companheiros de armas riram-se dele, porque ficara com a capa rasgada. Segundo a lenda, de imediato, a chuva parou e os raios de sol irromperam por entre as nuvens. Sinal do céu. Seria milagre?


A LENDA DE MARTINHO


            
Depois do encontro de Martinho com o pobre que seria o próprio Jesus, sente-se um homem novo e é baptizado, na Páscoa de 337 ou 339. Martinho entende que não pode perseguir os seus irmãos na fé. Percebe, que os outros são, na realidade, mais seus irmãos que inimigos. Só tem uma solução - o exílio, porque, oficialmente, só podia sair do exército com 40 anos. Hoje o sentido de irmão está, no Ocidente, perfeitamente interiorizado, mas, na época era algo de totalmente revolucionário. Era uma sociedade estratificada, e os grandes senhores, onde se incluía a classe militar, não se misturavam com a plebe, e muito menos um escravo era considerada pessoa humana. Daí Cristo ter sido crucificado. O amor entre todos, como irmãos que pregava era verdadeiramente contra os usos do tempo. Todos o que o seguiram e praticaram a solidariedade eram vistos como marginais e mais ou menos perseguidos.
Martinho, ainda militar, mas com uma dispensa vai ter com Hilário (mais tarde Santo Hilário) a Poitiers. Funda primeiro o mosteiro de Ligugé e depois o mosteiro de Marmoutier, perto de Tour, com um seminário. Entretanto a sua fama espalha-se. Muitos homens vão seguir Martinho e optar pela vida monástica. Com o tempo, as suas pregações, o seu exemplo de despojamento e simplicidade, fazem dele um homem considerado santo. É aclamado bispo de Tours, provavelmente em Julho de 371. Preocupado com a família, lá longe, e com todo o entusiasmo de um convertido vai à Hungria visitar a família e converte a mãe.
A vida de São Martinho foi dedicada à pregação. Como era prática no tempo, mandou destruir templos de deuses considerados pagãos, introduziu festas religiosas cristãs e defende a independência da Igreja do poder político, o que era muito avançado para a época. Nem sempre a sua acção foi bem aceite, daí ter sido repudiado, e, por vezes, maltratado.