2021-05-06

Dia Mundial da Língua Portuguesa

"Da minha língua vê-se o mar. Na minha língua ouve-se o seu rumor como na de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto. Por isso a voz do mar foi em nós a da nossa inquietação."                    

                                                                                                                                                Vergílio Ferreira 








2021-05-04

"De que cor é um beijinho?", Rocio Bonilla

Autor do mês de maio - 1.º Ciclo

 


 








Semana dos Afetos - GR Educação Especial


 

Semana dos Afetos - GR Educação Especial

 Dia do Vermelho




Vermelho é a minha cor,

Sou paixão que arrebata amores,

Mostrando nos meus versos

Toda leveza do meu corpo em fogo.

É fogo que queima a pele,

É o medo e a coragem...

É o silêncio e o grito da verdade,

É o gelo derretendo a tua carne.

És gaivota que perdeste o voo,

Não sabes o que sentes ainda,

Nada muda o que está escrito,

Nem o beijar solitário da tua boca

Nem a distância que entre nós existe.

É a desconfiança e a esperança,

É a contradição de sentimentos,

É a saudade que machuca o corpo,

É o amor que aconteceu com força.

Sonhos possíveis do coração,

Viajantes em busca de emoção,

Sonhando com um amor

Que vive e morre de paixão.

                                                                                    Márcia Rocha


Semana dos Afetos - GR Educação Especial

Curta metragem para exploração no dia do amarelo:






 

Semana dos Afetos - GR Educação Especial

 Dia do Amarelo


Poema Amarelo light

Um poema amarelo
tem de rimar
obrigatoriamente
com caramelo. Isto
na perspetiva idiota
do poeta idiota como uma frota
que sou eu.

Amarelo é a cor dos dentes
de quem fuma e não só. Os meus são verdes
porque fumo erva mas não dessa.
A que eu prefiro é a do estádio nacional
porque é pouco pisada, não sabe mal,
e provoca uma risada
contida
mas integral.

Amarelo é a cor dos que não fazem
greve. Os outros são vermelhos e sabem
quem foi o brejnev.

Amarelo é a cor do Verão
quando não chove
e a cor do Inverno quando faz sol.

Amarelo sou eu:
o berrante, o chato,
o irritante. Aquele que escreve poesia
como quem mata um elefante.


                                                    Jorge Feliciano

                                                                                     julho de 2001

Dia da Mãe



Palavras para a Minha Mãe

mãe, tenho pena. esperei sempre que entendesses
as palavras que nunca disse e os gestos que nunca fiz.
sei hoje que apenas esperei, mãe, e esperar não é suficiente.

pelas palavras que nunca disse, pelos gestos que me pediste
tanto e eu nunca fui capaz de fazer, quero pedir-te
desculpa, mãe, e sei que pedir desculpa não é suficiente.

às vezes, quero dizer-te tantas coisas que não consigo,
a fotografia em que estou ao teu colo é a fotografia
mais bonita que tenho, gosto de quando estás feliz.

lê isto: mãe, amo-te.

eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não
escrevi estas palavras, sim, mãe, hei-de fingir que
não escrevi estas palavras, e tu hás-de fingir que não
as leste, somos assim, mãe, mas eu sei e tu sabes.

José Luís Peixoto, in "A Casa, a Escuridão"



Dia da Mãe




Autor do mês de maio - Sebastião da Gama