"Quem gosta de dar beijinhos?
Gosto eu! E eu! Até os tímidos gostam de os dar.
E tu, não queres experimentar?"
"Ora, está mesmo à tua frente.
Não vês? É evidente!
Para um abraço são precisos dois e mais ninguém.
Se me deres um abraço,
eu dou-te um abraço também!
2016-02-18
Semana dos Afetos - sugestão de leitura
Carlos Drummond de Andrade
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
"Quando se viu sozinha, Teresa debulhou-se em lágrimas, e quis escrever a Simão. Àquela hora quem lhe levaria a carta? Apelou para o retábulo da Virgem, que ela fizera confidente do seu amor. Pediu-lhe de joelhos que a protegesse, e desse forças a Simão para resistir ao golpe, e guardar-lhe constância através dos trabalhos que sucedessem."
2016-02-16
Semana dos Afetos - sugestão de leitura
O amor é
um jardim onde cabem
todas as palavras sem idade.
O amor é
uma ponte de luz
entre mim e ti.
O amor é
uma metáfora de tudo
o que as palavras adiam.
Praticou salto em altura durante dias a fio.
Saltava casa vez mais alto, até às nuvens.
Nunca nenhum sapo do mundo tinha saltado tão alto."
Semana dos Afetos - sugestões de leitura
"Depois deitou-se muito pertinho e murmurou sorrindo:
-E eu gosto de ti até à Lua...
E DE VOLTA ATÉ CÁ ABAIXO."
"A Pequena Lebre Castanha e a Grande Lebre Castanha foram passear na neve do Inverno."
"A Pequena Lebre Castanha e a Grande Lebre Castanha andavam aos saltinhos ao vento do Outono."
"A Pequena Lebre Castanha e a Grande Lebre Castanha andavam ao pé do rio num dia de Verão."
Semana dos Afetos - sugestões de leitura
"O Sapo pegou-lhe com muito carinho. «Oh, que bonito que ele é», pensou. »Vou levá-lo para casa, e ele pode ficar a viver comigo.»
E o Sapo levou o seu novo amigo, bem agarradinho ao peito, para casa..."
"SER AMIGO É... Sentirmo-nos iguais ainda que sejamos diferentes (...)"
Mario Vargas Llosa
"O primeiro a ter namorada foi Lalo, quando andávamos no terceiro da Média. Entrou uma noite no Cream Rica, muito risonho, eles, que é que tens, e ele, radiante, inchado como um pavão real: pedi à Chabuca Molina, e disse-me que sim. Fomos festejar aquilo ao Chasqui, e ao segundo copo de cerveja, Lalo, que lhe disseste na tua declaração, Cuéllar começou a ficar um pouco nervoso, tinha-lhe agarrado na mão?, um pouco maçador, que tinha feito Chabuca, Lalo, e perguntador, beijaste-a?, dis lá. Ele contava-nos, contente, e agora tocava-lhes a eles, à vossa saúde, parecia um caramelo de felicidade, (...)"
Mario Vargas Llosa
Mario Vargas Llosa
"-Diziam que havia emprego para toda a gente em condições fabulosas - ergue e baixa os ombros, brinca com os dedos, agita as pestanas, curva o pescoço, ondula os cabelos a Brasileira. - Por isso é que eu me entusiasmei e tomei o barco. Em Manaus deixei oito amigas de uma casa estupenda a fazerem as malas para virem para a Pantilândia. Vão ter a mesma desilusão que eu.
-Se não te importares, peço-te que chames a este local centro logístico, em vez de Pantilândia - esforça-se por parecer sério, seguro e funcional o Senhor Pantoja. (...)"
Mario Vargas Llosa
2016-02-15
Mario Vargas Llosa
"Quando abriram a porta da cela, com o jorro de luz e um golpe de vento entrou também o barulho da rua que as paredes de pedra abafavam e Roger acordou, assustado. Pestanejando, ainda confuso, esforçando-se por se acalmar, vislumbrou, recostada no vão da porta, a silhueta do xerife. A sua cara flácida, de louros bigodes e olhinhos maldizentes, contemplava-o com a antipatia que nunca tinha tentado disfarçar. Eis aqui alguém que sofreria se o Governo inglês lhe concedesse o pedido de clemência."
Mario Vargas Llosa
Mario Vargas Llosa
2016-02-03
Luísa Ducla Soares e Daniel Completo
26 de janeiro de 2016 - Agrupamento de Escolas de Pinheiro - Escola B1 de Pinheiro
Não vi lince na Malcata,
não vi lobo no Gerês,
não vi a águia real
a voar com altivez.
Onde estão que não os vejo?
Acaso de esconderão?
O lobo, o lince e a águia
são animais em extinção.
O planeta é dos homens
e de quem o habitar,
é dos bichos e das plantas,
sejam da terra, ou do mar.
Eram os bravos da serra,
dos penhascos, da floresta,
esplendor da natureza,
mas deles já pouco resta.
Onde estão que não os vejo?
Acaso de esconderão?
O lobo, o lince e a águia
são animais em extinção.
O planeta é dos homens
e de quem o habitar,
é dos bichos e das plantas,
sejam da terra, ou do mar.
Luísa Ducla Soares
Luísa Ducla Soares e Daniel Completo
26 de janeiro de 2016 - Agrupamento de Escolas de Pinheiro - Escola B1 de Pinheiro
Ai flores, ai flores
que brotam do verde pinho,
o melro e a cotovia
nele fazem o seu ninho.
Eu sou el-rei D.Dinis
e plantei num areal
a vida verde, tão verde
do mais extenso pinhal.
Ai flores, ai flores
que enfeitam o verde ramo,
já saltam pela caruma
o coelho mais o gamo.
Ai flores, ai flores
que brotam do verde pinho,
o melro e a cotovia
nele fazem o seu ninho.
Ai flores, ai flores
que perfumam todo o ar,
os troncos desses pinheiros
serão barcos para o mar.
Ai flores, ai flores
que canto na poesia,
o meu poema mais belo
é o pinhal de Leiria.
Luísa Ducla Soares
Luísa Ducla Soares e Daniel Completo
26 de janeiro de 2016 - Agrupamento de Escolas de Pinheiro - Escola B1 de Pinheiro
Pega, pega João Coelho,
Com seu barrete vermelho,
Sua espada de cortiça
Para matar a carriça.
A carriça deu um berro
Que se ouviu no castelo.
Toda a gente assustou,
Só a velhinha ficou.
A velhinha achou um rato
e meteu-o no sapato.
Foi levá-lo a S. Vicente
Para comer com pão quente.
Luísa Ducla Soares
2016-02-02
Luísa Ducla Soares e Daniel Completo
A Lenda das Amendoeiras
Linda princesa do Norte
na guerra um mouro a roubou,
o rei dos mouros por ela
depressa se apaixonou.
Deu-lhe castelos e jóias,
deu-lhe véus de seda fina,
mas só choravam os olhos
daquela triste menina.
- Queres montar meu cavalo,
que ao mar azul eu te leve?
Ela só tinha saudades
dos flocos brancos da neve.
Mais de mil amendoeiras
nos campos foram plantadas,
com enxadas, varapaus,
até com pontas de espadas.
E quando chegou janeiro
foi a princesa à janela.
- Venham todos ver a neve,
como é tão branca, tão bela.
Já os seus olhos brilhavam,
já sua boca sorria,
já abraçava seu rei,
já dançava de alegria.
Esta neve não faz frio,
e tem perfume de flor.
É a neve que inventou
um rei mouro por amor.
Luísa Ducla Soares
Luísa Ducla Soares
2016-02-01
"História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a voar", Luis Sepúlveda
"-Olha, amiga, quero ajudar-te mas não sei como. Procura descansar enquanto eu vou pedir conselho sobre o que se deve fazer com uma gaivota doente. - miou Zorbas preparando-se para trepar ao telhado.
"História de um caracol que descobriu a importância da lentidão", Luis Sepúlveda
""-A minha natureza é observar e saber. E não te queixes por seres lento, caracol. Graças à lentidão de uma tartaruga que depois de alguns passos voltava a cabeça para ver se a seguiam, ouvi falar de um jovem caracol chamado Rebelde. Um valente caracol que, apesar do perigo, se atreveu a ir avisar os seus companheiros e tentar salvá-los. Não te rendas Rebelde. Vou ajudar-vos a sair daqui."
"A Lâmpada de Aladino", Luis Sepúlveda
"O velho e o cão iam contentes, porque a vida é assim. A época das vacas magras voltaria, porque a vida é assim. E, uma vez mais, naquela cabana de troncos trazidos das longínquas cordilheiras se acenderia a pequena chama do candeeiro da fortuna, porque a vida é assim."
"Últimas Notícias do Sul", Luis Sepúlveda
"Quando a minha avó Susana punha a enorme mesa familiar debaixo do parreiral da casa solarenga, cuidava da simetria dos copos e da frescura das flores, os limões espalhavam o seu aroma e os guardanapos bordados eram as bandeiras de boas-vindas da sua anaya enea, lugar onde se encontram os irmãos, e isso para mim é Buenos Aires.
Aí me encontrava enquanto o céu estrondeava e uma tormenta de verão se abatia sobre a cidade mais vital da América Latina."
Aí me encontrava enquanto o céu estrondeava e uma tormenta de verão se abatia sobre a cidade mais vital da América Latina."
"O velho que lia romances de amor", Luis Sepúlveda
"Ao ler acerca das cidades chamadas Paris, Londres ou Genebra, tinha de realizar um enorme esforço de concentração para as imaginar. Uma só vez visitou uma cidade grande, Ibarra, da qual recordava sem grande precisão as ruas empedradas, os quarteirões de casas baixas, semelhantes umas às outras, todas brancas, e a Praça de Armas cheia de gente a passear diante da Catedral."
Subscrever:
Mensagens (Atom)