"Ou falava, como ela, às formigas: Ouvi, formigas, o que tenho pra contar.
As formigas, vendo bem, era com quem melhor se falava. Se se contasse algum segredo aos pássaros, eles podiam gritá-lo sobre os telhados e espalhá-lo pelo mundo. Mas com as formigas estava-se seguro. E depois havia tantas, nem era necessário procurar, estava sempre uma por perto. Ouvi, formigas, o que vou dizer agora.
Ou sentava-me debaixo da árvore do quintal e falava com o vento e as folhas. A árvore abanava os ramos e eu pensava: a árvore das palavras."
in A Árvore das palavras, Teolinda Gersão
"Isso, entre outras coisas, eu aprendi com África: a pequenez do ser humano, diante da vastidão do que não é humano. Não somos nada, poeira no vento, silhuetas minúsculas, na imensidão da paisagem.
Basta-nos no fundo muito pouco, porque somos também pouco: matar a fome a sede e o desejo de sexo, a esteira para dormir e o coração em paz."
in A Árvore das palavras, Teolinda Gersão
Site Oficial: https://teolindagersao.com/
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