Natal de um pastorinho...
Pela serra acima
Vai o pastorinho
Leva o seu bornal
Bem recheadinho!
Batendo os tamancos,
Lá vai pela manhã.
Vestido de croça
E gorro de lã!...
As ovelhas mansas
Seguem a seu lado,
P'ra lidar com elas
Não usa o cajado!
Fala-lhes mansinho:
«Meninas, correr!»
E elas tratam logo
De lhe obedecer
Porém uma delas
Não aguentou mais,
Deitou-se p`rò lado
Ao pé duns giestais!
E logo o pequeno ,
De tão perspicaz,
Deu p`la falta dela
E voltou atrás!
Andou meia légua
Achou-a deitada:
Ia dar à luz
Não tardava nada!
E o pastorinho
Lá fez de parteiro,
Tomando nas mãos
Um lindo cordeiro!
Feliz a ovelha,
Feliz o pastor:
Que quadro tão belo
Para um bom pintor!
E p`ra festejar
Aquele Natal,
Havia o farnel...
Puxou do bornal!
Depois lá seguiram
De novo o caminho:
Ao colo do moço
Ia o cordeirinho.
E ao chegar a casa,
Lá pela tardinha,
Com mais um no rol...
O bom pastorinho
Aumentou o encanto
Daquele pôr-do-sol!
Alexandre Parafita ( in Histórias de Natal contadas em verso)
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